domingo, 3 de março de 2013

Dança na escola

 
Dança na Escola
 
 

Desde 1982, no dia 29 de abril, comemora-se o dia internacional da dança, instituído pela UNESCO em homenagem ao criador do balé moderno, Jean-Georges Noverre.
A Dança é a arte de mexer o corpo, através de uma cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia própria.
Não é somente através do som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos podem acontecer independente do som que se ouve, e até mesmo sem ele.
A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na Pré-História, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através das palmas.
O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em que as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros registros dessas danças mostram que elas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo.
Mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em virtude das comemorações aos jogos olímpicos.
O Japão preservou o caráter religioso das danças. Até hoje, elas são feitas nas cerimônias dos tempos primitivos.
Em Roma, as danças se voltaram para as formas sensuais, em homenagem ao deus Baco (deus do vinho), e dançava-se em festas e bacanais.
Nas cortes do período renascentista, as danças voltaram a ter caráter teatral, que estava se perdendo no tempo, pois ninguém a praticava com esse propósito. Praticamente daí foi que surgiram o sapateado e o balé, apresentados como espetáculos teatrais, onde passos, música, vestuário, iluminação e cenário compõem sua estrutura.
No século XVI surgiram os primeiros registros das danças, em que cada localidade apresentava características próprias. No século XIX surgiram as danças feitas em pares, como a valsa, a polca, o tango, dentre outras. Estas, a princípio, não foram aceitas pelos mais conservadores, até que no século XX surgiu o rock’n roll, que revolucionou o estilo musical e, consequentemente, os ritmos das danças.
Assim como a mistura dos povos foram acontecendo, os aspectos culturais foram se difundindo.
O maracatu, o samba e a rumba são prova disso, pois através das danças vindas dos negros, dos índios e dos europeus esses ritmos se originaram.
Hoje em dia as danças voltaram-se muito para o lado da sensualidade, sendo mais divulgadas e aceitas por todo o mundo. Nos países do Oriente Médio a dança do ventre é muito difundida; e no Brasil, o funk e o samba são populares. Além desses, o strip-tease tem tido grande repercussão, principalmente se unido à dança inglesa, pole dance, também conhecida como a dança do cano.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ser Professor

Ser professor 
é professar a fé
e a certeza de que tudo 
terá valido a pena 
se o aluno sentir-se feliz
pelo que aprendeu com você
e pelo que ele lhe ensinou...
Ser professor é consumir horas e horas
pensando em cada detalhe daquela aula que,
mesmo ocorrendo todos os dias,
a cada dia é única e original...
Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,
diante da reação da turma,
transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...
Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.
Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo".
Ser professor é apontar caminhos,
mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

Enem: o que estudar?


O que estudar para o Enem

Enem  se diferencia dos Vestibular comum por não se basear em fórmulas e conceitos que o candidato terá que decorar para conseguir resolver a questão. Como o aluno durante a sua vida escolar é acostumado ao modelo do Vestibular na hora de se preparar para o Enem surge a dúvida: O que estudar?
Não é possível estudar para o Enem lendo livros de matérias específicas, como os livros didáticos. O melhor modo de se preparar é ficar antenado com o mundo. Procure se informar a respeito do assunto do momento, leia Jornais e revistas, assista documentários sobre assuntos que estão em foco.
Como já foi dito acima, decorar a matéria não adiantará. Portanto, é necessário que o aluno entenda o conteúdo que foi passado durante a sua vida escolar.
Interpretação
Ser bom em interpretação é crucial para um bom desempenho no Enem. Muitas questões podem ser resolvidas com uma boa leitura do enunciado e com o uso da lógica.
Redação
A nota da Redação tem grande peso na nota final do Enem. Por isso, além de ficar bem informado é necessário focar nas técnicas de redação.
Você já deve ter ouvido isto antes, mas ler bastante é muito importante para quem deseja escrever bem. Não se preocupe demais com a gramática e a ortografia, apesar de que erros ortográficos demais poderá diminuir a sua nota.
Escreva uma redação por dia. Peça para que alguém de confiança ou um professor avalie o seu texto. Veja se conseguiu se expressar com clareza.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cineasta paraibano participa de mostra de cinema em Minas


Cineasta paraibano participa de mostra de cinema em Minas


O curta-metragem “Essas Senhoras” de Gláucio Souza será exibido na 15ª Mostra de Cinema de Tiradantes (MG) no dia 26 de janeiro; documenta a cultura rural

No próximo dia 26 será exibido na15ª Mostra de Cinema de Tiradentes – MG o curta-metragem “Essas Senhoras”, do cineasta paraibano Gláucio Souza. Trata-se da documentação de uma cultura rural que por muito tempo fez parte do cotidiano brasileiro, principalmente nordestino. As parteiras e rezadeiras documentadas no filme “configuram uma representação de um Brasil sem condições básicas de saúde e educação que cede espaço para práticas onde o conhecimento é repassado via tradição de mãe para filha”, argumenta o cineasta.

“O curta busca imortalizar essas senhoras que trouxeram ao mundo grande parte dos nossos antepassados e tanto colaboraram para o alívio do sofrimento do nosso povo, quer seja rezando, fazendo partos ou orientando para a vida cotidiana de um povo que sempre viveu às margens do desenvolvimento”, diz Gláucio Souza. Segundo o diretor do curta, trata-se de uma defesa direta da memória dessas, e de tantas senhoras, que como estas foram importantes para a sociedade e para a cultura popular.

O cineasta Gláucio Souza nasceu na cidade de Santa Rita, cursa Comunicação Social na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e procura documentar a cultura paraibana e seus reflexos na sociedade. Em novembro de 2011 lançou o documentário “Tibiri caderno 2, a parte que a tv não mostra”, enfocando a vivência de uma série de artistas de variadas áreas de atuação, que é possível encontrar pelas ruas santarritenses.

Após o festival mineiro, os filmes de Gláucio Souza estarão disponíveis para download na internet.

Contatos pelo correio eletrônico: glauciosouza@msn.com.
Fonte: 
 Agência de Notícias da UFPB/ Com assessoria



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cecília Meireles





Nome: 
Cecília Meireles
Nascimento:
07/11/1901
Natural:
Rio de Janeiro - RJMorte:
09/11/1964


Cecília Meireles
"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

(Romanceiro da Inconfidência)


Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, CecíliaBenevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.

Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas:  Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo.

Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940,  com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.

Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.

Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.

De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revistaObservador Econômico.

A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.

Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista "Ocidente".

Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).

Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).

Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).

Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho.

Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.

Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.

Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com  o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.

Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962.

No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo (SP), em 1963.

Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.

Em 1965,  é agraciada com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de rua no Jardim Japão.

Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).

Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.

Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP).

O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.

Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açorianos.

Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa.  Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.

Bibliografia
:
Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou em 1919 com o livro de poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido com louvor por João Ribeiro.

Publicou a seguir:
Criança, meu amor, 1923
Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923
Criança meu amor..., 1924
Baladas para El-Rei, 1925
O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal)
Saudação à menina de Portugal, 1930
Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal)
A Festa das Letras, 1937
Viagem, 1939
Vaga Música, 1942
Mar Absoluto, 1945
Rute e Alberto, 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças)
Retrato Natural, 1949
Problemas de Literatura Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952
Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953
Batuque, 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
Panorama Folclórico de Açores, 1955
Canções, 1956
Giroflê, Giroflá, 1956
Romance de Santa Cecília, 1957
A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
A Rosa, 1957
Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960
Poemas Escritos na Índia, 1961
Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963
Solombra, 1963
Ou Isto ou Aquilo, 1964
Escolha o Seu Sonho, 1964
Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor  Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966
Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967
Antologia Poética, 1968
Poemas italianos, 1968
Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969
Flor de Poemas, 1972
Poesias completas, 1973
Elegias, 1974
Flores e Canções, 1979
Poesia Completa, 1994
Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998
Canção da Tarde no Campo, 2001
Episódio humano, 2007

Teatro:
1947 - O jardim
1947 - Ás de ouros
Observação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.
OUTROS MEIOS:
1947 - Estréia "Auto do Menino Atrasado", direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis Cosme; marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de bonecos.
1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil)

1965 - Gravação de poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA).

1972 - Lançamento do filme "Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".

Dados obtidos em livros da autora e sobre ela, e no site do Itaú Cultural.

 


Tarde de sábado
Por Cecília Meireles


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A tardezinha de sábado, um pouco cinzenta, um pouco fria, parece não possuir nada de muito particular para ninguém. Os automóveis deslizam; as pessoas entram e saem dos cinemas; os namorados conversam por aqui e por ali; os bares funcionam ativamente, numa fabulosa produção de sanduíches e cachorros-quentes. Apesar da fresquidão, as mocinhas trazem nos pés sandálias douradas, enquanto agasalham a cabeça em echarpes de muitas voltas.

Tudo isso é rotina. Há um certo ar de monotonia por toda parte. O bondinho do Pão de Açúcar lá vai cumprindo o seu destino turístico, e moços bem falantes explicam, de lápis na mão, em seus escritórios coloridos e envidraçados, apartamentos que vão ser construídos em poucos meses, com tantos andares, vista para todos os lados, vestíbulos de mármore, tanto de entrada, mais tantas prestações, sem reajustamento — o melhor emprego de capital jamais oferecido!

Em alguma ruazinha simpática, com árvores e sossego, ainda há crianças deslumbradas a comerem aquele algodão de açúcar que de repente coloca na paisagem carioca uma pincelada oriental. E há os avós de olhos filosóficos, a conduzirem pela mão a netinha que ensaia os primeiros passeios, como uma bailarina principiante a equilibrar-se nas pontas dos sapatinhos brancos.

Andam barquinhos pela baía, com um raio de sol a brilhar nas velas; há uns pescadores carregados de linhas, samburás, caniços, muito compenetrados da sua perícia; há famílias inteiras que não se sabe de onde vêm nem se pode imaginar para onde vão, e que ocupam muito lugar na calçada, com a boca cheia de coisas que devem ser balas, caramelos, pipocas, que passam de uma bochecha para a outra e lhes devem causar uma delícia infinita.

Depois aparecem muitas pessoas bem vestidas, cavalheiros com sapatos reluzentes, senhoras com roupas de renda e chapéus imensos que a brisa da tarde procura docemente arrebatar. Há risos, pulseiras que brilham, anéis que faíscam, muita alegria: pois não há mesmo nada mais divertido que uma pessoa toda coberta de sedas, plumas e flores, a lutar com o vento maroto, irreverente e pagão.

E depois são as belas igrejas acesas, todas ornamentadas, atapetadas, como jardins brancos de grandes ramos floridos

Por uma rua transversal, está chegando um carro. E dentro dele vem a noiva, que não se pode ver, pois está coberta de cascatas de véus, como se viajasse dentro da Via-láctea. Todos param e olham, inutilmente. Ela é a misteriosa dona dessa tardezinha de sábado, que parecia simples, apenas um pouco cinzenta, um pouco fria. E a moça que vem, com a alma cheia de interrogações, para transformar seus dias de menina e adolescente, despreocupados e livres, em dias compactos de deveres e responsabilidades. É uma transição de tempos, de mundos. Mas os convidados a esperam felizes, e ela não terá que pensar nisso. Ela mal se lembra que é sábado, que é o dia de seu casamento, que há padrinhos e convidados. E quando a cerimônia chegar ao apogeu, talvez nem se lembre de quem é: separada dos acontecimentos da terra, subitamente incorporada ao giro do Universo.


Texto extraído do livro "Escolha o seu sonho", Editora Record – Rio de Janeiro, 2002, pág. 100.


Ilustração: Gemmal
Marcelo Cardoso Gemmal, graduado em 1996 em Artes & Design pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 2000 foi premiado  no Salão Carioca de Humor (categoria charge). Realizou a exposição de seus trabalhos em diversas galerias, sempre com sucesso, como a ocorrida na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, e no 4º Festival de Cinema Brasileiro em Paris, ambas no ano de 2002. Mantém, com Dória, desde 2000, parceria na Dobradinha - Estúdio de Artes Visuais.



História de bem-te-vi
Cecília Meireles



Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa só de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antigüidade de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.


Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e "querejuás todos azuis de cor finíssima...". Nós esquecemos tudo: quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura...


Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.


E é pena, pois com esse nome que tem — e que é a sua própria voz — devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.


O que me leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: "...te-vi! ...te-vi", com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras achei natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano.


Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão — como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? — animou-se a uma audácia maior Não quis saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: "...vi! ...vi! ...vi! ..." o que me pareceu divertido, nesta era do twist.


O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol — que se não há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que rompem com o canto da família e mudam os lemas dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.


Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar E cantava assim: "Bem-bem-bem...te-vi!" Pensei: "É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!..." Depois, o passarinho mudou. E fez: "Bem-te-te-te... vi!" Tornei a refletir: "Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando..." E o passarinho: "Bem-bem-bem...te-te-te...vi-vi-vi!"


Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos, ouviram, pensaram e disseram: "Que engraçado! Um bem-te-vi gago!"


(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)

Texto extraído do livro “Escolha o seu sonho”, Editora Record – Rio de Janeiro, 2002, pág. 53.

Saiba tudo sobre a vida e a obra de Cecília Meireles visitando "Biografias".





domingo, 8 de janeiro de 2012

De olho na ansiedade


Descobrindo-se

Na reta final do vestibular, os jovens se apavoram com a idéia de fracassar e vivem sob tensão. Essa sensação de insegurança que cerca os candidatos ao vestibular está sendo experimentada neste ano por 2,8 milhões de jovens que concorrerão a 616.000 vagas nas faculdades e universidades brasileiras.



Este teste é para avaliar o grau de ansiedade em pessoas submetidas a stress psicológico. Avisamos que ele não é um diagnóstico médico, e, sim, uma indicação do estado em que o candidato se encontra às vésperas do exame. Dependendo do resultado, porém, é recomendável procurar orientação médica. Responda a cada uma das treze perguntas abaixo, lembrando se você sentiu algum dos sintomas nas últimas duas a quatro semanas. Marque se a resposta for "não". Marque se a resposta for "eventualmente" ou "às vezes". Marque se a resposta for um "sim" categórico. Ao terminar,veja os pontos obtidos e confira o resultado
 Grupo I - Você prefere: Grupo II - Você prefere:

01) Você tem sofrido alterações no ritmo normal do sono, como insônia, interrupções freqüentes do sono ou sonolência excessiva durante o dia? 
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes"
"sim"

2) Quanto ao apetite, ganhou ou perdeu em torno de 3 quilos no último mês sem que tenha feito dieta para engordar ou emagrecer?"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim"

3) Independentemente de ter uma vida sexual ativa, seu interesse por sexo aumentou ou diminuiu?
"não"
"eventualmente" ou  "ás vezes"
"sim" 
4) Você identifica queda no seu grau de concentração para realizar tarefas cotidianas, estudar ou mesmo conversar com os amigos?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim"

5) Sua memória e agilidade de raciocínio pioraram?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim" 

6) Você está mais triste que o habitual?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim" 

7) Anda excessivamente cansado?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim" 

8) Tem tido com freqüência pensamentos ruins envolvendo acidentes, por exemplo?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim" 


9) Passou a sofrer de má digestão, dores sem origem definida, diarréia, formigamento nas mãos, desconforto no peito, falta de ar, entre outros sintomas, sem causa orgânica específica?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim"

10) Tem estado mais irritado ou mais agitado?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim" 

11) Sua auto-estima baixou ou aumentou muito?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim" 

12) Você está mais quieto ou mais falante do que o habitual?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes" 
"sim" 


13) Você tem estado mais isolado?
"não"
"eventualmente" ou "ás vezes"
"sim" 
Pontuação instantânea:  

  
 RESULTADO DO TESTE
0 a 8 pontos - Fique tranqüilo. Você até pode demonstrar alguma ansiedade, mas nada com que deva preocupar-se.
9 a 15 pontos - Aqui se concentra a maior parte dos candidatos a uma vaga na faculdade, sobretudo às vésperas da prova. Nessa faixa, mudanças de comportamento podem funcionar como uma espécie de válvula de escape para proteger o aluno contra a ansiedade exagerada, o que é bom. Mas você pode estar também à beira de um ataque de nervos. Se possível, tente descansar um pouco mais, evite fumar muito, diminua a quantidade de café, chá preto, refrigerantes do tipo cola e as bebidas alcoólicas. Em uma ou duas semanas, repita o teste. Se o número de pontos for menor, tudo bem. Se for igual ou maior, pode ser a hora de procurar a ajuda de um médico.
16 a 26 pontos - A proximidade da prova pode ter aumentado seu grau de ansiedade para muito além do normal, e isso é péssimo para quem precisa estar tranqüilo na hora dos exames. Em casos assim, o mais recomendável é procurar orientação médica. Muitas vezes, uma simples conversa com um profissional pode melhorar seu equilíbrio emocional.
 
 Quem tem filho ou irmão fazendo vestibular já sabe. A casa inteira acaba se envolvendo na prova. Pai e mãe entram em tamanha aflição que até parece que eles é que são os candidatos a uma vaga na faculdade. Calma! O nervosismo dos mais velhos atrapalha. Aumenta a tensão, o medo, a expectativa - como se a cobrança que o vestibulando faz dele mesmo já não fosse suficiente para tornar sua vida um inferno. Veja alguns conselhos que ajudarão os pais a não aumentar a ansiedade dos filhos.  

Temas para sua redação

                    O entendimento do Tema
 



O PRIMEIRO PASSO: O ENTENDIMENTO DO TEMA
A primeira etapa de uma redação consiste em compreender plenamente o tema. Nos antigos vestibulares, este era proposto de forma direta. Exemplo, a faculdade de direito da Universidade de São Paulo, certa feita, pediu que os vestibulandos escrevessem sobre a "Cortina de Ferro". Nesse caso, o vestibulando deveria dissertar sobre os países do leste europeu então dominados pela ex-União Soviética. Sem dúvida, questões propostas de maneira explícita facilitavam o entendimento do tema. Modernamente, os temas não mais são assim apresentados. São dados textos que, de alguma maneira, interligam-se e o vestibulando deve, em primeiro lugar, descobrir essas relações. Em linguagem simples, você deve "perceber" o conteúdo do tema.
Técnica de redação
Em todos os seus gêneros (dissertação, descrição, narração e crônica), é a mais importante prova dos exames vestibulares brasileiros. Pode-se dizer que ela é decisiva. Atualmente, a dissertação tem sido privilegiada pelas bancas examinadoras, pois ela exige que o aluno, após analisar textos, defenda suas opiniões sobre eles. O Redação nota 10 do vestibular1 - Redação ajuda você a fazer uma excelente redação no vestibular, após explicações, exemplos, temas e, na linguagem do aluno, "dicas" sobre o que escrever.
Quase todos os exames vestibulares exigem, como redação, textos dissertativos. Poucas universidades - uma delas é a UNICAMP (Universidade de Campinas) - aceitam narração e crônica.
O QUE É UMA DISSERTAÇÃO?
Uma dissertação consiste numa redação analítica sobre o tema proposto pela banca examinadora que elabora a prova. Dessa maneira, o vestibulando deve defender uma opinião sobre o assunto exigido pela faculdade. Portanto, ao contrário da opinião tradicional, o aluno não pode ser neutro quanto ao tema em questão. O Ministério da Educação determina que as opiniões não devem ser julgadas, mas sim avaliadas se estão explicadas e defendidas com coerência e lógica.
OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A nota dada à redação deve obedecer aos seguintes critérios:
adequação ao tema. A banca examinadora avalia se o vestibulando entendeu o tema proposto e redigiu um texto adequado a ele. "Fugir do assunto", como se diz na gíria estudantil, implica "nota zero";
coerência no desenvolvimento do tema. As idéias contidas no texto devem estar interligadas de maneira lógica. O vestibulando não pode propor uma opinião no início do texto e desmenti-la no final;
norma culta. O candidato a uma vaga nas faculdades e universidades precisa usar a língua portuguesa de maneira adequada, estruturas sintáticas (regência verbal e concordância) corretas e termos semanticamente precisos; portanto, não se deve usar uma palavra cujo sentido real você não conhece. Norma culta não quer dizer termos sofisticados, mas palavras simples e precisas no contexto da dissertação. Não pense que preciosismos (palavras complicadas) valorizam sua redação; pelo contrário, são ridículos. Em síntese, o vestibulando deve usar termos correntes com significados adequados;
criatividade. É claro que uma abordagem original do tema valoriza seu texto. Mas, o vestibulando deve ter cuidado em não confundir criatividade com idéias esdrúxulas. Na gíria estudantil, não "viaje".
Lembre-se:
Ninguém pode exigir que você escreva bem, pois isto pressupõe talento; as faculdades querem que se escreva certo.